Sondagem Industrial aponta recuo da atividade da indústria processadora de aço nos primeiros meses do ano

Sondagem Industrial aponta recuo da atividade da indústria processadora de aço nos primeiros meses do ano

Dados de produção e emprego indicam contração em março. Setor cobra atenção a medidas de estímulo e defesa comercial.

A indústria processadora de aço está preparada para reagir em meio à retração?

Os dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam um cenário desafiador para o setor nos primeiros meses de 2025. Apesar de discretos sinais de recuperação, produção e emprego continuam em trajetória de queda.

Em março, a produção nos setores de metalurgia e de fabricação de produtos de metal — que abrigam a indústria processadora de aço representada pela Abimetal-Sicetel — manteve-se em território de retração. A metalurgia apresentou leve avanço, de 46,7 para 48 pontos, mas ainda abaixo do patamar de estabilidade (50 pontos). Este desempenho repetiu o registrado em março de 2023 e 2024, ficando aquém da média dos últimos quatro anos para o mês (51,7 pontos).

Já a produção de produtos de metal recuou de 46,9 para 46,8 pontos na passagem de fevereiro para março, evidenciando uma deterioração em comparação a março de 2024 (49,2 pontos). É o terceiro ano seguido de queda no indicador para o mês.

A contração também atingiu o mercado de trabalho. Em março, o índice de emprego na metalurgia caiu de 47,8 para 47,5 pontos, enquanto nos produtos de metal a retração foi ainda mais expressiva: de 49,2 para 48 pontos.

Em contramão ao desempenho atual, a sondagem aponta melhora das expectativas dos empresários dos setores processadores de aço para os próximos seis meses. O índice de demanda esperada para a metalurgia subiu de 52,2 para 54,6 pontos entre fevereiro e março, e para os produtos de metal, de 53 para 53,7 pontos. A intenção de investimento na metalurgia também avançou de forma relevante, passando de 42,2 para 52,6 pontos — embora o setor de produtos de metal tenha registrado um leve recuo.

Além do desempenho recente, a pesquisa revela as principais preocupações para a indústria. A alta carga tributária segue sendo o maior obstáculo, seguida pela demanda interna insuficiente — um problema agravado, no caso dos processadores de aço, pela crescente competição de produtos importados.

Em um cenário de pressão e incertezas, o setor cobra medidas urgentes de estímulo à produção e reforço na defesa comercial para assegurar sua competitividade e o futuro da indústria nacional de aço processado.

Por: André Cattaruzzi, economista da Abimetal-Sicetel

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