A recente decisão do Governo Federal de prorrogar, por mais um ano, as alíquotas de importação elevadas para produtos processados em aço representa um reconhecimento importante: o avanço descontrolado das importações ameaça setores estratégicos da indústria nacional.
O pleito apresentado pela Abimetal-Sicetel foi atendido parcialmente, e isso deve ser valorizado. A manutenção da tarifa de 25% sobre seis produtos-chave – entre eles arames, pregos, grades e materiais para escoramento – oferece um respiro necessário às empresas nacionais, que há tempos enfrentam uma concorrência internacional assimétrica e, por vezes, desleal.
No entanto, como temos reiterado, medidas pontuais não substituem a urgência de uma política industrial sólida, perene e estratégica. A defesa da indústria brasileira não pode ser episódica. Precisamos de um ambiente regulatório previsível, com segurança jurídica, estímulo à inovação e valorização da produção local.
A elevação das tarifas nos Estados Unidos para até 50% sobre o aço e alumínio reforça que, globalmente, os países estão protegendo seus mercados. O Brasil não pode ficar à margem. Seguiremos atuando com firmeza para garantir que o setor processador de aço tenha voz ativa e respaldo institucional na construção de um comércio internacional equilibrado e justo.

Ricardo Martins
Presidente da Abimetal-Sicetel