Fortalecer a indústria nacional: uma resposta necessária ao avanço das importações e ao tarifaço dos EUA

Por: Ricardo Martins – Presidente da Abimetal-Sicetel

O recente aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos sobre produtos siderúrgicos e derivados é um alerta claro para o Brasil: sem uma política industrial robusta, nossa indústria continuará perdendo espaço em seu próprio mercado. Enquanto países desenvolvidos e emergentes erguem barreiras para proteger empregos, investimentos e tecnologia, seguimos assistindo a uma enxurrada de importações que fragilizam nossa base produtiva.

Cada tonelada importada sem critérios de isonomia significa menos produção local, menos empregos e menos arrecadação. Trata-se, em essência, de exportar postos de trabalho e importar dependência.

A concorrência desleal combinada a problemas internos, como a infraestrutura precária, a alta carga tributária e o custo do crédito, gera ainda uma assimetria que ameaça a sobrevivência de diversas empresas brasileiras. Não se trata de protecionismo desmedido, mas sim de garantir condições justas para que nossas indústrias possam competir e inovar.

O Brasil precisa agir com a mesma determinação que outros países: adotar medidas de defesa comercial mais firmes, criar incentivos à inovação e assegurar políticas que fortaleçam a cadeia produtiva nacional.

O fortalecimento da indústria nacional é, antes de tudo, um projeto de soberania. Se não defendermos nossos parques fabris, estaremos abrindo mão de nossa capacidade de gerar riqueza, tecnologia e desenvolvimento. O tarifaço dos EUA é mais um lembrete de que a defesa da indústria não é opção, mas necessidade.

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