O que realmente significa o Custo Brasil?
Muito se fala em Custo Brasil, mas ainda é preciso compreender sua dimensão real e o quanto ele impacta quem produz no país. O termo representa o conjunto de ineficiências estruturais, burocráticas e econômicas que tornam a atividade industrial no Brasil mais cara, mais lenta e mais complexa do que em muitos outros mercados.
São desafios que envolvem logística deficiente, sistema tributário complexo, insegurança jurídica, excesso de burocracia, energia e crédito caros, além de uma regulação lenta e pouco previsível.
Na prática, isso significa que uma empresa brasileira precisa investir mais tempo, mais recursos e assumir mais riscos para entregar o mesmo produto que um concorrente estrangeiro produz em condições mais favoráveis.
Esse custo adicional não desaparece: ele é repassado à cadeia produtiva, ao consumidor e, principalmente, à competitividade do país.
O impacto na produtividade e nos investimentos
O Custo Brasil reduz margens, adia investimentos e limita o potencial de exportação da indústria nacional. A cada etapa, da compra de insumos à entrega do produto, acumulam-se barreiras que encarecem a produção e minam a eficiência.
O resultado é um ambiente onde a indústria se esforça para crescer, mas frequentemente precisa direcionar energia para contornar obstáculos que poderiam ser superados com reformas estruturais.
Enquanto muitas economias buscam caminhos para ampliar a competitividade e fortalecer suas cadeias produtivas, o Brasil ainda opera com custos e entraves que desestimulam a produção. É como correr uma maratona com pesos nos tornozelos: a força está lá, mas o avanço é mais lento do que poderia ser.
O papel da defesa comercial
A competitividade também depende de condições justas de mercado. Nesse sentido, a defesa comercial é uma ferramenta essencial para preservar a isonomia entre produtos nacionais e importados.
Não se trata de restringir a abertura econômica, mas de garantir que o Brasil concorra em bases equilibradas, especialmente em setores estratégicos, como o de processamento do aço.
Práticas internacionais como dumping e subsídios estatais distorcem os preços e comprometem a concorrência. É por isso que mecanismos de defesa comercial eficazes e ágeis são fundamentais para manter o equilíbrio e proteger cadeias produtivas que geram emprego, inovação e arrecadação. Frente a isso, a defesa comercial, portanto, é um bom senso econômico somado a visão de futuro.
Indústria forte, país competitivo
A indústria processadora do aço ocupa papel central na economia brasileira. É ela que transforma o aço em soluções que viabilizam obras, máquinas, implementos e equipamentos que sustentam o desenvolvimento do país.
Fortalecer essa cadeia é investir em empregos qualificados, arrecadação e inovação tecnológica. Não há país forte com uma indústria enfraquecida. O desafio de reduzir o Custo Brasil e aprimorar os instrumentos de defesa comercial deve ser encarado como parte de uma estratégia nacional de competitividade, que una governo, setor produtivo e entidades representativas em torno de um mesmo objetivo: fazer o Brasil produzir mais, melhor e de forma sustentável.
Uma agenda para o futuro
O Brasil precisa avançar em uma agenda que combine simplificação, previsibilidade e estímulo à produtividade. Isso inclui modernizar marcos regulatórios, investir em infraestrutura, revisar distorções tributárias e valorizar o diálogo com quem gera riqueza no país.
Superar o Custo Brasil e aperfeiçoar a defesa comercial não é apenas um desafio econômico, é uma escolha de futuro. O país tem talento, capacidade técnica e energia criativa para crescer. Portanto, cabe a nós, enquanto representantes da indústria, contribuir com propostas e defender um ambiente em que produzir no Brasil seja um ato de competitividade e orgulho.